27.9.08

um dia em minha vida


Na quinta-feira finalmente fui ver a tão comentada exposição sobre a escritora Clarice Lispector. Cheguei cedo e comecei a ver a exposição logo que o CCBB abriu. Assim, pude com calma ver todas as zilhões de gavetas da foto acima (calma, a maioria não abria, mas mesmo assim eram muitas) e assim remexer nas cartas que a própria Clarice escreveu para o seu filho, quando ele estava em intercâmbio. Fotos pessoais, cartas de outros escritores ilustres como Drummond ou Caio Fernando Abreu. Estava tudo ali. E eu me sentia como se estivesse invadindo a intimidade da escritora mexendo em todas aquelas gavetas.
Fora isto, a exposição era bem curta. Havia um filme com duração de 12 minutos, feito algum tempo antes dela morrer. O vídeo é de uma intensidade absurda. Ela fuma, fala pausadamente e em determinado momento do vídeo diz “eu estou morta”, com uma seriedade tão grande que eu senti um pouco da dor que ela estava sentindo. Não era uma dor física, era uma dor na alma.

Depois da exposição passei ainda na Igreja da Candelária, é incrível ver que as pessoas passam correndo por ela, no caos que é o centro do Rio e ela ali, linda, majestosa e silenciosa por dentro. Não me considero religiosa, mas quando entro em uma igreja tão bela sempre sinto meus olhos encherem d’água. Não sei bem o motivo.

Quando eu estava feliz e satisfeita em casa, meu amigo Yure me avisa que possui convites para o show do Mombojó no Teatro Rival e se eu não estaria interessada em ir. Não precisa nem dizer, né? Era só o começo de uma noite que ficaria na memória de todos que ali estavam.
O teatro é pequeno e o show começou cedo, às dez horas da noite. O detalhe ficou por conta do público. Éramos poucos. Parecia que só estavam ali os verdadeiros fãs do grupo e de fato, a banda percebeu e fez um show memorável para quem lá estava. Sem frescuras, Felipe não só estava totalmente à vontade, como foi para o meio do público, brincou, puxou a rodinha, subiu em cima das mesas e terminou o show ajoelhado com o pequeno público em volta cantando Deixe-se Acreditar juntos numa sintonia de fazer inveja. Estávamos todos entorpecidos por algo que não sei dizer o que era, mas desconfio que seja felicidade.


foto: Felipe em volta dos fãs durante o show

1 comment:

Lu Grizotti said...

Tenho várias coisas para dizer:
Que seu blog é muito legal mesmo,foi bom tê-la achado aqui.
Que a exposição da lygia, e principalmente suas cartas pessoais, são incríveis. Como ela escreve é um absurdo de bom.
E que Milton canta a alma!
E que o show do Mombojó, eu não conhecia mto a banda, foi muito bom!

Abraços ;*