14.6.08

Hiato criativo.

7.6.08

Poemas para uma manhã de sábado

Você me pergunta, eu escuto;
Respondo que não posso responder... você tem que descobrir por si.

Senta um pouco, viajante,
Tem biscoitos pra comer e leite pra beber,
Mas assim que você dormir e relaxar em suas roupas frescas,
dou um beijo de despedida e abro o portão pra você partir.

Há muito tempo você tem tido sonhos vis,
Tiro ar emela de seus olhos,
Você precisa se acostumar com o brilho ofuscante da luz e de cada instante de sua vida.

Você ficou no raso muito tempo, na praia com uma prancha,
Agora quero você nadando com coragem,
Se atire no meio do mar, levante de novo, e acene pra mim,
grite e sacuda o cabelo com um sorriso nos lábios.


(Walt Whitman)
*

Folhas de Relva

Creio em ti, minha alma... o outro que sou não deve rebaixar-se diante de ti.
E tu não deves ser rebaixada diante do outro.
Fica à toa comigo na relva... solta esse nó da tua garganta.
Não quero palavras, música ou rima... nem hábitos nem sermões, nem mesmo o que há de melhor,
Amo apenas a quietude, o sussurro de tua voz modulada.
Recordo como nos deitamos em junho, numa manhã de verão tão transparente;
Repousaste a cabeça atravessada sobre meus quadris e suavemente te viraste sobre mim,
E abriste minha camisa no peito e mergulhaste tua língua em meu coração desnudado,
E continuaste até sentir minha barba, e continuaste até segurares meus pés.
Rapidamente ergueram-se e espalharam-se em torno de mim a paz, a alegria e o conhecimento que superam /toda arte e toda argumentação da terra;
E sei que a mão de Deus é ancestral de minha própria mão,
E sei que o espírito de Deus é irmão mais velho de meu próprio espírito,
E que todos os homens já nascidos são também meus irmãos... e as mulheres minhas irmãs e amantes,
E que uma nave da Criação é o amor;
E que sem limite estão as folhas firmes ou caídas nos campos,
E formigas castanhas nos pequenos vãos sob elas,
E o musgo se espalhando pelas cercas serpeantes, e as pedras empilhadas, e o sabugueiro, a erva dos /escrofulosos e a erva dos cancros.


(Walt Whitman)