30.5.07

On The Road

"Dean me mostrou outras fotos. De repente, percebi que aquelas eram fotografias que nossos filhos olhariam algum dia, com espanto, pensando que seus pais tinham levado vidas ordeiras, tranqüilamente, tudo con­forme o figurino, e aqueles instantâneos o comprovariam, homens orgulhosos e trabalhadores, que haviam percorrido as insípidas calçadas da vida sem sequer sonhar com a loucura esfarrapada, com a balbúrdia devassa de nossas rotas vidas reais, de nossa noite vigente, o inferno disso tudo e a estrada do pesadelo sem sentido. Tudo isso num vazio sem começo nem fim. Ah, a santa ignorância dessas pobres crianças!"

Como o Holden Caulfield disse no livro The Catcher in the Rye, existem livros que fazem você querer virar amigo do autor, telefonar pra ele, contar o quanto você aprendeu com aquilo e é exatamente isso que eu queria. Queria ligar para o Jack Kerouac e dizer: Cara, você mudou minha vida.

29.5.07

Vazio

Olha, acho que nunca amei ninguém no sentido real da palavra. Com direito a fugas e planos mirabolantes. Nunca amei e também nunca fui amada. Sempre foi mais um encanto, um topor, algo que sempre passa e eu sempre soube que ia passar, mas que mesmo assim me fazia chorar litros. Agora, quando reconheço os sintomas de uma possível paixonite, me controlo, penso nos contras e vejo uma placa escrito "BURRA" pendurada no meu pescoço. E eu não quero ser burra, já sou burra o suficiente em outras coisas, não preciso ser mais uma dessas tolas que acreditam no amor. O amor é para os fracos, dizem que faz bem, mas não faz. Pode até fazer bem no começo. Mas depois vem as cobranças, os planos apaixonados vão ficar para trás, você vai começar a pensar que até aquele Zé ruela que escuta Jota Quest é melhor que seu namorado. E aí você se cansa, o sexo é a mesma merda, aquela pinta no pescoço te dá nos nervos e BOOM. Bye bye! Adiós! Au revoir!
Então, com tudo isso a única conclusão que eu tenho é que o amor é patético. É a coisa mais imbecil que já inventaram. Podem me chamar de amarga, podem dizer “Andressa deve ter levado um pé na bunda”, porque eu levei. Aliás, eu levei a minha vida toda, mas você também. Todos nós levamos, uma hora ou outra. E pra isso acontecer basta você se doar um pouquinho para a pessoa, um pouquinho que seja e já era. Perdeu.
Mas veja bem, toda essa amargura tem o lado bom, o lado bom é que eu aprendi alguns anos atrás em meio a muitas lágrimas que o amor é uma merda. E desde então sempre que percebo uma coisa estranha, como borboletas no estômago ao lembrar de alguém eu trato de envenenar todas elas e acabar com esse sentimentalismo barato. Todos nós podemos viver sem amor, só não podemos viver é sem sexo, sem trepar mesmo. Porque trepar é o que é bom, não exige sentimentos e dá uma sensação boa pra dedéu. Amor, se você não sabe o gosto deixa eu te contar: é mais amargo do que doce.

28.5.07

Correria

Eu não sabia, mas o Chico Buarque é sem dúvida o cantor brasileiro mais idolatrado, ao menos aqui no Rio. A sua apresentação no Circo Voador nesta quinta-feira teve os mil ingressos à venda esgotados em apenas duas horas. Milhares de pessoas passaram frio este domingo para comprar um ingresso que nem era tão baratinho, a inteira custava R$60,00.
Hoje, porém, os primeiros 450 clientes TIM têm direito a um par de ingressos para o show, totalmente na faixa. Era só chegar lá das 9 às 18h.
O problema, é que todo mundo ficou sabendo (uma das desvantagens da internet), e o resultado foi uma fila que começou na fria madrugada carioca, coisa rara por aqui. Alguns amigos meus foram para esta aventura e eu quero saber depois como foi a louca noite com um garrafa de vodka no Arcos da Lapa junto aos mendigos. Risos.
Agora uma coisa estranha, eu não vejo tantos jovens por aí escutando Chico Buarque, muita gente só conhece as músicas mais famosas, "aquela da novela", e sequer tem paciência para escutar em casa, mas toda essa procura para o show me deixou sem palavras.

Fora isso, eu estava vendo as fotos do Face Hunter, como o nome já diz, um cara que sai por aí tirando fotos de pessoas que ele julga ter estilo próprio. Pessoas anônimas que andam pelas ruas de Madrid, Paris e Londres. Anyway, andei dando uma olhada e reparei que os homens mais estilosos são um pouco, ér, estranhos digamos assim:



Estilosos? Sei não ein, com essa pose aí na minha terra a gente tem outro nome.

25.5.07

Yeah man!

Apresento o meu mais novo vício: Jazz. O vício vem acompanhado de uma dica para quem quer fazer download de música de qualidade. O site/blog é famoso, mas como eu sou uma pessoa atrasada sempre acabo sabendo anos luz depois. No JazzMan! você pode encontrar discografias completas de jazz para download, além de filmes que você precisa assistir. Entre eles Babel e Requiem For A Dream.
A dica foi dada pelo meu amigo, apelidado carinhosamente de Véio. Ele pode parecer louco, mas andou me dando umas dicas ótimas. Uma destas dicas é um trio de Nova Iorque, o Soulive, e pra quem quer experimentar coisas novas como funk-groove, terão a chance. Soulive se apresenta dia 6 de junho no Bourbon Street em São Paulo e no dia 8 em Rio das Ostras no festival Rio das Ostras Jazz & Blues Festival. Essa é a quinta edição do evento que ocorre na praia gratuitamente durante os dias 6 e 10 de junho e contará com apresentações de Ravi Coltrane (filho de Coltrane), Robben Ford, Don Salvador, etc. Rio das Ostras é longe pra dedéu, mas devido a um evento como este, o Véio vai tentar vir de sampa com uns trutas de carro, buscar eu e mais uma amiga e então, iremos todos curtir umas praias e um pouco de jazz no melhor estilo On The Road!

Outra coisa que vale super a pena citar é um achado e não deve ser novidade pra muita gente, mas pra mim é! Então, recomendo a trilha sonora do desenho Charlie Brown, composta por Vince Guaraldi, no JazzMan! você encontra os cds completos pra download. Na minha opinião, comece com "A Charlie Brown Christmas" e depois os outros.
Pra terminar um episódio muito bom do Charlie Brown, numa sessão de terapia com a Lucy, se você se acha um loser é porque ainda não conhece o Charlie.

22.5.07

Recomendo

Sumi esses dias por dois motivos, devido ao problema no computador que resolveu simplesmente parar de funcionar e segundo porque eu aproveitei esse tempo para me desligar um pouco desse vício. Só recorri a uma lan-house quando lembrei que tinha certas coisas pendentes. O vício chega a um ponto em que você assume uma espécie de compromisso, muito deprimente. Risos.

Este sábado, houve uma chuva torrencial no Rio, mas mesmo assim eu e uns amigos fomos ao show do Canastra no Recanto da Lapa. Sem comentários para todas as aventuras que passamos: as poças que mais pareciam piscinas e molharam meu sapato todo, o engarrafamento na ponte, além do grand finale, quando distraídas passamos do ponto e fomos parar no Flamengo e tivemos que ficar lá, no meio da tempestade. Uma loucura.

Nossa sorte foi o Fernando (um dos integrantes do Canastra), que foi nos buscar no Flamengo e nos levar até o local do show. Aliás, adorei o estilo da casa de show, o palco é baixinho e as paredes eram todas com desenhos sobre o bairro. De ruim mesmo só o preço da bebida, mas como não estou mais bebendo, não tive problemas.
Esses dias também, assisti a dois filmes maravilhosos. O primeiro deveria ser obrigatório:

Sabrina, estrelado pela divina-maravilhosa Audrey Hepburn, é um filme sobre amor, e sem dúvida filmes antigos tem o dom de me fazer chorar que nem boboca, acho que devido a atmosferda criada. A história é sobre dois irmãos, Linus (Humphrey Bogart) um empresário e David (Willian Holden), pelo qual Sabrina sempre foi apaixonada. O problema surge quando Linus se apaixona por Sabrina e ela por ele.

Já o segundo filme é recente e eu estava louca para ver:

Factotum - Sem destino, é um filme baseado na obra de Charles Bukowski e não sei se eu esperava de mais, mas o filme acabou se revelando monótono, algo que eu nunca poderia falar a respeito dos livros do velho safado. Acho melhor ficar com a literatura mesmo, de excelente no filme só o Matt Dillon. Que arraso!

17.5.07

Mudo de assunto, gosto de azul.

Sinceramente, por que pagamos a mensalidade (bem salgada por sinal), da tv a cabo se não tem NADA de bom para assistir? Não agüento mais programas sobre gordos que emagrecem e em seguida um programa sobre culinária, com receitas com carneiro e bolo de chocolate de sobremesa. Patético.

Descobri que The Smiths me emociona e muda o meu humor totalmente, que ler o On The Road me deixa cheia de idéias malucas e com vontade de escutar jazz e que Belle and Sebastian várias vezes consecutivas durante o dia levanta o meu astral. E ainda dizem que o que você escuta e lê não te afeta. Mas é lógico que afeta. Como diria o Rob Fleming no livro Alta Fidelidade: “Mas me pego preocupado com a coisa da música pop de novo, se gosto das músicas porque sou infeliz, ou se sou infeliz porque gosto das músicas.”

E sobre ontem, fui as compras, em busca de um óculos que ficasse bem em mim, porque eu experimento vários, mas meu rosto parece que não combina com nada. Entrei numa loja e percebi que uma das atendentes estava com o rosto vermelho e os olhos inchados como se estivesse chorando alguns minutos atrás. Eu como boa babaca que sou, comecei a fazer palhaçadas e dizer bobagens a cada óculos que experimentava até fazê-la rir. Consegui o feito depois que experimentei um óculos e minha mãe disse a peculiar frase: olha só, o Reginaldo Rossi!

15.5.07

Encantada


Quero toooooodaaas!
no site: cherry soda

14.5.07

Your life is a lie.

Fico olhando para todas estas meninas, fotologgers, e penso comigo mesma que um dia elas irão olhar estas mesmas fotos da qual tanto se orgulham hoje em dia e numa fração de segundo descobrir que não fazem mais parte daquilo. Que mudaram, que já não precisam se auto-afirmar com comentários de pessoas que não as conhecem e julgam pela capa. Vão descobrir que não precisam mais se expor, que toda aquela audiência é falsa e que na verdade ela construiu uma mentira.
Não sei se me faço entender bem, mas o fim de um fotolog é o fim de um ciclo para algumas pessoas. Falo por mim e por tantas outras que de repente descobriram que é desnecessário e irritante ter intrusos na sua vida. Intrusos que você deixou entrar, procurando por uma espécie de reconhecimento de qualquer tipo.
Deve ser muito bom ser “famosa”, ter os 15 minutos (ou seriam segundos?) de fama que todo mundo merece. Mas o ridículo que as pessoas passam, expondo detalhes do corpo e da vida íntima em troca disto soa um tanto grosseiro.
No final, somos mulheres-crianças desesperadas, procurando algo ou alguém que diga com firmeza e nos encarando nos olhos que estamos no caminho certo. Eu faço parte de uma geração que já nasceu perdida e não é nossa culpa se no meio de tantos caminhos que parecem atrativos escolhemos o errado e/ou transitamos de um lado para o outro sem saber de verdade para onde estamos indo.
Pode parecer uma bobagem se referir a tudo isto com um simples fotolog, mas é fácil você perceber com um simples passeio pelo mundo virtual.
De repente você irá abrir os olhos e descobrir que a vida pode ser muito mais que isso e você não precisa dos outros, não precisa nem nunca precisou. Você pode conseguir sozinha se acreditar em você mesma.
Então, eu me sinto em meio a uma despedida. De pessoas e de coisas, em busca dos meus verdadeiros sonhos e desejos. É para isso que a vida deve ser vivida, para que você possa um dia dizer com toda sinceridade e orgulho a si mesmo: Eu vivi.

12.5.07

Oh, I am so sickened now

- Oi, como você está? Tudo bem?

Na verdade, eu tento ignorar a minha dor de cabeça que há três dias não passa. Tento fingir que as profundas olheiras em torno dos meus olhos sempre existiram e que não são frutos de noites mal dormidas. Noites em que eu acordo tantas vezes, apenas para perambular pela casa como um fantasma, angustiada com toda a loucura de pensamentos que insistem em me rondar até que com o amanhecer eles desapareçam, assim como vampiros, que esperam pacientemente até que a próxima noite caia.
Eu tento fingir que sou uma pessoa boa, que minha auto-estima é alta, que eu não tenho só uns trocados na carteira e que os dias não estão tão cinzas, mas...

- Eu estou bem, eu realmente estou.

7.5.07

You Know what I mean

Assisti a versão original de Alfie - O Sedutor. Este, estrelado pelo irresístivel Michael Caine e tenho que confessar, esse Alfie "entendia da coisa". If you know what I mean.
Eu entretanto, já havia assistido ao remake, estrelado pelo ator Jude Law e posso dizer que o Jude Law não faz juz ao Michael Caine. É entediante e superficial demais, além da história ter sido modificada a ponto de te fazer bocejar. O Alfie original, faz você se divertir e ainda sentir pena dele, apesar de toda a canalhice. Alfie sabe o que nós mulheres gostamos e é irresístivel com todo aquele sotaque inglês.

Além disto, a Londres de 1960, tão encantadora quanto hoje, e a linda trilha sonora, fazem com que esse filme seja um passatempo delicioso. Altamente recomendável.

3.5.07

It ain't me babe

Se você não tem nada para escrever, então não escreva, mas em hipótese alguma fale sobre sua vida pessoal na internet. Impressionamente como todo mundo teoricamente "não dá a mínima", mas você recebe em média 60 visitas no orkut.
Não tenho feito nada que mereça ser postado aqui. Tenho escutado Wilco, Smiths e Bob Dylan, me entediado conversando com estranhos (ao menos eles não tentam se meter na sua vida) e tenho sonhado com dias melhores.

A propósito, eu não dou a mínima para os Los Hermanos e se eles vão acabar ou não, na verdade, eu não ando me importando com nada além de mim e minha prova de francês amanhã.

UPDATE: eu tenho tentado não entrar em sites que comentam sobre as apresentações no Coachella, mas eis que quando eu estava visitando o site do Cobra Snake, me deparo não com uma, mas com milhares de fotos. Muito triste.
Acabei achando dezenas de fotos daquele artista, o So Me, que eu ja citei por aqui, entre elas uma com o cd do SebastiAn, que há meses eu tenho como desktop. Eu sei que ninguém está interessado nisso, mas eu adoro o trabalho desse cara e acho muito legal inesperadamente encontrar fotos dele se acabando na festinha. Arrasa