30.7.07

Eu

Escrevi aqui e apaguei, sou tola e escrevo coisas inúteis que ninguém quer ler, nem eu mesma.
Eu não tenho muita coisa a dizer. Talvez que eu goste de uns livros e faço listas. Que escuto Beatles quando estou no ônibus sozinha e fico feliz. Eu amo ficar sozinha. Minha companhia é a mais agradável. Eu sonho acordada e quando durmo tenho pesadelos. Eu não costumo dormir de verdade, tenho insônia e olheiras que disfarço com o corretivo cor bege da Avon que eu comprei por uma bagatela. Eu me desespero quando vou comprar roupa e vejo que já fui mais magra. Uma vez por semana faço o meu bolo de chocolate que é o melhor bolo de chocolate do mundo, o resto dos dias eu conto as calorias da maçã. Tenho vontade de sair e dançar em cima da mesa do bar e no momento seguinte tenho vontade de me trancar em casa e nunca mais sair. Sou esquisita e fico feliz em dias frios, rabugenta quando faz calor. Sinto saudades constantes do que não vi. Amo pessoas que não conheco. Não ligo para os que estão em minha volta. Quando estou triste escuto The Smiths, quando estou feliz também. Queria saber fotografar. Odeio minha câmera digital e odeio que olhem para a câmera quando tiro fotos. Não sei falar francês direito. Sinto uma dor dentro do peito, mas sinto amor também.

26.7.07

Não faça como eu

Não enrole pra ir ao cinema, vá agora mesmo assistir Paris, Je T'aime, um filme que na verdade é composto de vários curtas sobre a cidade de Paris.
No vídeo, você tem uma amostra e de quebra pode ouvir a linda da Feist, minha mais nova cantora preferida na trilha sonora do filme.


Patético

Eu, você e a nossa vidinha.

22.7.07

Heaven knows I'm miserable now

Domingo ensolarado, crianças na piscina, o cheiro delicioso do almoço sendo feito e eu doente, com esse enjôo que não me abandona.
Tudo o que você tem que fazer é escutar The Smiths e tornar sua vida mais suportável.

18.7.07

Minoria

Engraçado, esses dias li uma reportagem na Folha que falava sobre a falta do hábito da leitura entre os jovens brasileiros e fiquei pensando, alguns dias atrás fiz um post no rascunho, falando sobre o FUP, livro do Jim Dodge que comecei a ler recentemente. Aliás, eu consegui o livro graças a um link que o Biajoni deixou no blog dele um tempo atrás. Não que meu pai se incomode em me dar grana pra comprar livros, mas eu sempre acabo gastando a grana com outras coisas, então, ler pela internet acaba sendo uma alternativa.
Mas voltando ao assunto, eu sempre gostei de ler, desde pequena. Eu lembro que quando minha mãe chegava aqui em casa com os livros do Ziraldo eu deitava na cama e passava a tarde in-tei-ra ali quietinha, lendo. Mamãe nem notava que eu estava em casa. E ai dela se não comprasse o Almanacão da Mônica, o gibi do Tio Patinhas e os livros infantis, era pirraça na certa.
Depois, quando cresci mais um pouco, passei a ler os clássicos brasileiros que minha mãe tinha. Li Carlos Drummond, Aluizio Azevedo, Machado de Assis e muito mais quando ainda tinha uns treze anos. Sem brincadeira.
Daí em diante, conforme fui ficando mais velha, fui adquirindo um gosto pessoal, prefiro literatura estrangeira, gosto de clássicos, mas o que me tira do sério mesmo são os escritores da geração beat. Putz, eu vibro lendo um livro desses caras. Outro que não é dessa geração, mas é um maldito é o Irvine Welsh, esse eu sou fã de carteirinha!

Agora, voltando a falar sobre o Jim Dodge, como frequentemente acontece, a dica veio do meu querido Shiraga. Li um poema do Jim Dodge no blog dele uma vez e vibrei com o troço, agora estou mais do que contente com a oportunidade de ler um livro do cara.

Preceitos básicos e avisos adicionais a jovens escroques

Não tente roubar uma vaca maior que sua caçamba.
Não mostre seu rabo pra Polícia Rodoviária.
Negociatas longas com grana curta é prejuízo na certa.
Não confunda o Evangelho com a Igreja.
Nunca dedure familiares ou amigos.
Evite morar em qualquer lugar onde não dê pra mijar da porta da frente.
Só porque é simples não significa que é fácil.
Não deixe seu olho grande preencher cheques que sua barriga vazia não possa bancar.
Se você não a quer, não a provoque.
Não estacione entre dois cachorrões jogando sujo.
Qualquer um amassa tomates; o foda é fazer o molho.
Nunca se é pobre demais para deixar de prestar atenção.
Não remoa por aí suas paranóias.
Nunca durma com uma mulher que considere isso um favor.
Se for atingido por um valentão, dê-lhe a outra face.
Se rolar de novo, atire no filho da puta.
Manter é sempre duas vezes mais difícil do que conseguir.
Nunca atravesse uma cidade pequena a 120 por hora com a filhota do xerife nua na garupa.
Nunca registre o preto no branco.
Se você não está confuso então não tá entendendo nada.
Amar é sempre mais difícil do que parece.

[Jim Dodge]

ps- Se não me engano o Jim Dodge esteve na FLIP, senhor Shiraga tem que me contar mais sobre o evento!

16.7.07

Moviestar

Eu sempre me achei um pouco parecida com a Christina Ricci, porque meus olhos são enormes e eu só tenho cabeça, sou baixinha. Agora a Amanda Peet e o Leonardo DiCaprio, nem nos meus melhores sonhos. Hollywood que me descubra!

15.7.07

Papo de bebum

Eu nunca mais vou beber, eu não tenho mais saúde pra isso, é sério. Estou velha, antigamente eu bebia e era engraçado e a ressaca era sinal de que a noite tinha sido boa. Mas agora toda vez que essa maldita dor de cabeça vem no dia seguinte eu fico dizendo que eu tenho que parar com isso. Parece que passaram um trator por cima de mim. Merda.
O fato é que ontem, as trocentas cervejas que não deveriam ter sido bebidas até que valeram a pena, alguém levou o DVD do Paul Mccartney e do Bob Dylan. Acho que um bêbado vagabundo que torce pro Fluminense e que todo mundo que frequenta o Bar do Bin conhece, mas enfim, o filha da puta do bêbado tem bom gosto musical. Ficou eu e a minha amiga, a Gika, bebendo e cantando "here, there and everywhere" em coral com os outros bêbados. Quando tocou "hey jude" foi emocionante, rolou palmas e mãos dadas pra cima, isqueiro. Me senti no show do Paul. [risos]
Depois fui pra uma balada e pessoas que não conheco mantiveram meu copo cheio. Acho que meu copo só ficou vazio quando eu começei a ver tudo em dobro e eu decidi que tinha que ir embora. Aí como o pessoal tem fôlego pra ficar na balada até de manhã e eu ando velha demais pra isso, vim pra casa sozinha. Andei um pedaço enooorme sozinha na madrugada e ainda peguei o busão. Tudo isso bêbada, não sei como que consegui essa proeza.
Mas eu lembrei o que eu vim escrever aqui! Era pra falar que eu não lembro qual era o DVD do Paul Mccartney que eu vi ontem, mas aquele era foda. [risos]

14.7.07

O que eu queria te falar

"Eu gosto assim, simples. Simples e certeiro. Vem direto aqui, ó. E me pega. E eu queria ter alguém que entendesse pra eu poder mostrar isso, e ele concordaria e talvez mordesse o lábio de tão bom e simples e certeiro nós ficaríamos aqui, só aqui, assim. Escutando umas músicas. Nos curando do sábado. Esperando a segunda cheia de coisas a serem feitas. Só umas horinhas a serem passadas juntos, nada demais.
Às vezes poder ficar em silêncio é um acontecimento.
Às vezes não precisa acontecer nada."

13.7.07

Nota

O novo cd do Interpol "Our Love to Admire", é lindo.

11.7.07

Passando adiante

Adoro responder esse tipo de coisa, essa foi o Shiraga que me passou.

· Disco que você ouve inteiro
Nacional:
Mombojó – Homem Espuma
Internacional: Sky Blue Sky - Wilco

· Disco que só tem uma faixa que presta
Nacional:
A Onda Mortal – Cansei de Ser Sexy
Internacional: Gravitys Rainbow - The Klaxons

· Disco horrível de uma banda e ou cantor excelente
Se eu gosto da banda, não existe Cd ruim. haha

· Banda e ou cantor que você ainda vai ter todos os discos
Nacional: Chico Buarque
Internacional: Wilco

· Banda que você tem todos os discos
Nacional: não tenho quase nenhum cd nacional, mas, se é pra citar um, Mombojó.
Internacional: Coldplay

· Disco que você se arrependeu de comprar
O do Franz Ferdinand e o do The Hives.

10.7.07

Do the D.A.N.C.E

Depois do primeiro sucesso "Never Be Alone", a dupla francesa Justice (já conhecida no mundinho underground e famosa pra quem visita o site do Cobra Snake), volta com o hit mais chiclete de todos os tempos, a música "D.A.N.C.E" foi gravada com um coral de crianças em Londres. O detalhe, é que a letra foi escrita com os títulos das músicas do Michael Jackson em sua homenagem. É escutar uma vez pra não tirar mais do repeat. Altamente recomendável assistir o clipe e em seguida ir no soulseek fazer o download!




Vale lembrar que as estampas na camiseta, foram feitas por eles mesmo. Antes de se envolver com o mundo da música, os dois trabalhavam com estamparia na França. Diz eles, que o clip levou apenas "10" minutos para ser feito e custou poucos dólares. Uau!

7.7.07

Treta

Só porque eu ando confusa demais e consequentemente desanimada pra sair, este final de semana tem o Anima Mundi que eu ainda não fui e o Live Earth, que sinceramente, o do Brasil nem me anima muito, só gostaria de assistir ao Jorge Benjor, porque Xuxa é muita apelação.
Então, sem ânimo para todas essas coisas, também perdi durante a semana o show do Canastra no Canecão e o show da Benflos no Recanto da Lapa. Meu, o que que está acontecendo comigo?

Andei pensando e acho que nem no Indie Rock Festival que eu tanto esperei eu vou, sei lá cara, pagar uma grana considerável pra ver umas bandas que estão cagando e andando pra mim. Tá que quando você gosta do artista você não perde tempo pensando nessas besteiras e é sempre bom encontrar os amigos, beber e se divertir no show. Mas.

Estou cheia de problemas pessoais, coisa minha mesmo, estou me sentindo até um tanto egoísta. Mas não sei como e por qual motivo (ok, talvez eu saiba o motivo), eu coloquei em minha cabeça que eu tenho que vir em primeiro lugar. De nada adianta, sair, se doar aos outros e todas as outras coisas. Eu preciso primeiro resolver as minhas paranóias e isso está sendo mais difícil do que eu pensava.
Esse post está uma confusão só, foi só pra não deixar desatualizado. Acho que vou assistir o Live Earth pela Multishow mesmo e depois vou à Friburgo. De novo.

2.7.07

Sem o que fazer, escrevo.

Ela sentiu o vento quase cortando sua pele já ressecada pelo frio. As mãos confusas, não sabendo o que fazer. Tentava tirar o cabelo do rosto, mas suas mãos congelavam e as enfiava de volta no casaco. Ultimamente o tempo estava sempre assim, nublado, parecia até um estado de espírito, aquele céu azul de um dia de verão parecia uma memória triste e distante, não queria lembrar.
A rua estava molhada, acabara de chover quando ainda estava no ônibus, não havia muitas pessoas caminhando e as que estavam, tinham um semblante triste. Com toda certeza, o tempo tinha algo com isso.
Amy chegou em casa finalmente e como de costume pegou a bolsa e a vasculhou inteira procurando pela chave. Um dia ela teria que ser mais organizada com as suas coisas.
Abriu a porta, a bagunça intacta. O ruído do vento vindo lá de fora, uma pilha de louça pra lavar, guimba de cigarro no chão. – duvido que alguém seja mais looser do que eu. Disse, dando um sorrisinho irônico.
Deixou o café coando na cafeteira e foi tomar um banho escutando Smiths no último volume. Ouvia e cantava a plenos pulmões a parte que tanto gostava:

because the music that he constantly play,
it says nothing to me about my life.”


Saiu do banho e ainda enrolada na toalha acendeu o seu cigarro, todas aquelas promessas sobre emagrecer, parar de fumar, arranjar um namorado. Quanta besteira. Passaram-se cinco anos desde que se mudou para este pequeno apartamento e a vida continuava a mesma. Um maço e meio de Lucky Strike por dia. Cinco quilos a mais e como companhia somente a voz do Morrissey. Claro que houve muitos caras nesses cinco anos. Mas todos eles eram apenas passageiros e tinham finalidade específica. Tomas era bom de cama e por isso lhe servia. Até Amy descobrir que ele era bom de cama com todas as amigas dela também. Mark era o playboy rico que a levava nos motéis e restaurantes mais caros e isso era o que ele tinha de mais atraente. Por último, o Daniel. Ah o Danny! Lindo, sensível, educado...e gay. É, todos em que realmente você deveria investir são gays. Ao menos, eles podem ser ótimos amigos.
Mas ter amigos não era o que interessava a Amy. Ela tinha cinco bons amigos que fizera ainda quando chegara na cidade aos dezenove anos. Uma estudante desengonçada com a mesma calça jeans Levi’s e o All Star sujo. Naquela época, entretanto, se achava bonita. Os cabelos virgens cor de mel até a altura dos ombros combinavam com a pele pálida e os olhos castanhos claro. Agora, o cabelo estava curto e repicado, em uma tentativa frustrada de parecer moderna, as olheiras de cansaço circundavam seus olhos e se destacavam em sua pele pálida, e pra piorar tudo isto, o seu rosto estava três vezes maior, como ela sempre dizia insatisfeita com o seu peso.
Estava divagando sobre essa sua época quando o telefone tocou. Odiava atender telefonemas, mas de nada adiantava pensar nestas coisas. Deu um profundo suspiro e correu para atender ao telefone.