27.8.08

Hippie

Tá tudo uma correria só. A faculdade está cada vez mais interessante, acho que definitivamente me encontrei. Vou poder finalmente realizar um estudo profundo sobre cultura afro-brasileira, minha paixão. Em breve temos uma viagem pra São Paulo, pra conhecer os museus. Essa semana ainda irei na exposição da Clarice Lispector no CCBB. Tem o festival da Embaixada Pernambuco, outra paixão que tenho, em Santa Tereza. Depois ainda tem Across The Universe com a melhor amiga. Correria, pouca grana, mas momentos realmente bons. Apesar de tudo, toda essa agitação me causa angústia e tem horas que me dá vontade de gritar. Preciso fugir pro meio do mato de tempo em tempo pra não surtar com esse caos da cidade. Ficar só na rede tentando em vão tocar violão, ouvindo meus vinis do Gilberto Gil e ajudando a cuidar da horta do meu pai. Escutar o som da chuva e dormir. É disso que eu preciso, e é isso mesmo que vou fazer. Não aguento essa loucura por muito tempo.

Por ser de lá
Do sertão, lá do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga do roçado.
Eu quase não saio
Eu quase não tenho amigos
Eu quase que não consigo
Ficar na cidade sem viver contrariado.
Por ser de lá
Na certa por isso mesmo
Não gosto de cama mole
Não sei comer sem torresmo.
Eu quase não falo
Eu quase não sei de nada
Sou como rês desgarrada
Nessa multidão boiada caminhando a esmo.
(Gilberto Gil - Lamento Sertanejo)

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