6.11.10

refazenda

Essa vida é muito louca. Primeiro semestre foi só derrota. Sofri dois acidentes de carro e escapei ilesa nos dois por milagre. No entanto, desenvolvi um transtorno e não consigo mais andar de carro sem suar e ficar desesperada. Me afastei de um monte de pessoas com quem eu vivia junta. Levei a faculdade tão a sério que todo mundo estranhou (não que eu não levasse antes, mas nunca fui a nerd da sala como fui nesta época). Estava completamente desanimada e sem esperanças no amor, na amizade e principalmente com o futuro. O futuro era simplesmente uma incógnita.

E aí eu fiz o que todo mundo deveria fazer cada vez que se sentisse insatisfeito com o mundo. Fui viajar. Juntei dois dos meus grandes amigos (um dos poucos que sobraram) e fiz uma viagem inesquecível pelo Nordeste. Acho que nunca vou esquecer a cor de Olinda e a primeira vez que pisei na terrinha.

Quando voltei tudo tinha acontecido. De repente, eu estava morando sozinha  no Leblon!
Conheci lugares e pessoas novas. No ritmo da vida, acabei deixando pra trás tudo aquilo que eu carregava apenas por precaução. Sabe aquelas pessoas que não fazem falta na sua vida, mas que você tem medo de deixar  por achar  que se fosse fazer isso de verdade não sobraria ninguém? Pois, é. Realmente não sobrou quase ninguém. Mas pude conhecer outras e apesar do golpe valeu muito a pena. Me sinto como se tivesse amadurecido em dois meses o que eu não amadureci em vinte anos.
E aí, de repente, quando minha vida estava tão corrida que nem estava prestando muito atenção nisto,  eu arranjo um emprego. E um emprego na MINHA ÁREA que é a coisa mais rara do mundo. E um emprego onde eu me divirto. Porque não posso chamar de trabalho um lugar onde tem arte por todos os lados.

Então sei lá, sabe. A gente passa muito tempo reclamando da vida. Fase ruins todos nós temos, mas não adianta desistir. Essa vida dá muitas voltas. Precisamos deixar o coração aberto e dizer sim a tudo o que a vida oferece pra gente. Numa dessas a gente descobre uma grande oportunidade para se reinventar e se apaixonar de novo, por si mesmo, por alguém, mas principalmente pela vida.

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