(...) É bom que seja assim, Dionísio, que não venhas. Voz e vento apenas das coisas do lá fora. E sozinha supor que se estivesses dentro, essa voz importante e esse vento das ramagens de fora eu jamais ouviria. Atento, meu ouvido escutaria o sumo do teu canto. Que não venhas, Dionísio. Porque é melhor sonhar tua rudeza e sorver reconquista a cada noite... E o tempo de amanhã será riqueza: a cada noite, eu Ariana, preparando aroma e corpo... e o verso a cada noite se fazendo de tua sábia ausência.
“De Ariana para Dionísio (Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé)” (Hilda Hilst)
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