30.6.10

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim.

- cartola

25.6.10

o olho

Eu te vejo. Vejo a incerteza em você e muitas dúvidas que podem ser relacionadas a mim e a este meu temperamento, no mínimo, difícil. Enxergo também tuas incertezas, teu medo. Do que é que você tem tanto medo? Fico pensando se eu estou diante de alguém que assim como eu carrega em sua alma todas as cicatrizes passadas. São os seus ombros curvados e em cima deles toda a dor deste mundo. Tu negarias. Sou apenas louca e muito imaginativa. Mas eu te vejo, ou melhor, eu te enxergo. Enxergo toda a tua insegurança que no fundo é um espelho da minha.

E o que podemos fazer diante disso?

a mar

“Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim”.

[Caio Fernando Abreu]