30.4.08

Pra ninguém botar defeito! (só falta o dinheiro!)

Pra você que como eu achava que esse dia nunca iria chegar, roeu as unhas, marcou os dias no calendário, arranjou louça pra lavar e passar o tempo, eis que finalmente o dia se aproxima. O Mombojó volta ao Rio para uma única apresentação no tão acolhedor Circo Voador. Como se não bastasse, o grupo contará com a participação de ninguém menos que o ilustre China. Lembro de como conheci o trabalho do cara, uns anos atrás com uma amiga que já nem tenho tanto contato, mas que me apresentou bandas que curto até hoje como Mundo Livre S/A, Nervoso e claro, o próprio China.
A novidade pra quem não sabe é que o China deverá tocar junto com o Mombojó, formando assim o projeto Del Rey, que se apresenta tocando músicas do Roberto Carlos. Isso mesmo! Ouvir os classícos do Robertão fará com que a apresentação termine com chave de ouro!

Por isso anotem aí e compareçam na noite mais feliz do ano. Dia 3 de maio, por uma bagatela de 15 reais a meia. A Lapa se transformará no grande Reino Da Alegria. Promovendo uma noite inesquecível para aqueles que lá se encontram.

E o nosso encontro já está marcado.


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Outra dica muito batuta pra quem gosta de teatro e não é pobre como eu, é a peça do clássico romance de Franz Kafka, O Processo. Em cartaz no Teatro Maison de France e com direção de José Henrique, a peça está em cartaz de quinta a domingo com preços que variam entre 40 e 50 reais a inteira. Uma ótima oportunidade. Quem puder ir por favor vá e me conte depois.



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SOUL, BABY, SOUL

E como ninguém é de ferro, pra quem sente falta do tempo da calça boca de sino e do cabelo black-power. Dia 10 de maio rola a tão esperada próxima edição da SOUL, BABY, SOUL. Antigamente realizada na Gafieira Elite, a festa que agora acontece no Cine Lapa, sofre protestos de um público antigo que reclama dos bons tempos de outrora, mas não é pra ninguém ficar desanimado. A festa continua fiel ao seu público e ninguém bota defeito. O set list com o que há de melhor na soul music está a um click do mouse. É só clicar e curtir o som!


como diria o Negão: ALL THE POWER TO THE PEOPLE!

29.4.08

beatnik

Vai parecer idiotice se eu disser que ando pensando em Sal Paradise, protagonista e alter-ego de Kerouac. Juro que tudo que eu queria era que houvesse um Sal nessas noites perdidas. Um Sal que me olhasse com seus olhos turvos, o cheiro de álcool saindo por todos os poros e me convidasse para uma noite com jazz, bebidas e cigarros. Melhor, me convidasse para ir ao México com alguns trocados no bolso.

Essa rotina ainda vai me consumir.

28.4.08

Meu,

só agora fiquei sabendo que Rufus Wainwright vai tocar ali, na sala Cecília Meireles no próximo dia sete!
Por um momento tive o vislumbre de um sete de maio diferente de todos os que eu já tive, até ver o preço do ingresso. Broxei na hora.
Pior do que ser fã de cantores que nunca vem ao Brasil é saber que eles tocarão ali pertinho e você não ter dinheiro.
A vida é injusta.

25.4.08

Metamorfoseando

Não sei se foi porque peguei no sono ontem à noite lendo Kafka, mas acordei me sentindo desconfortável. Sabia que eu precisava levantar e fazer toda a tarefa desagradável, enfadonha e necessária de cada dia. Mas não conseguia. Meu corpo parecia se negar a responder. E eu fiquei ali parada na cama sentindo o tempo passar por cima de mim. Até o inevitável, até o cair da cama com o baque seco.

O dia foi difícil então, passou arrastando e deixou meus olhos ainda mais negros. O tempo todo a sensação estranha me perseguindo e a agonia crescente. Senti medo de me olhar no espelho e perceber que não sou quem eu penso ser. Dias estranhos.

Ao menos posso riscar um item da minha lista. Conto com duas companhias incríveis neste fim de semana: Simone de Beauvoir e Kafka. Estarei muito bem acompanhada.

24.4.08

keeping things clean doesn’t change anything

Lá vem. Eu tô sentindo. Aquela quietude estranha não ia durar muito tempo. Comigo as coisas nunca duram em nenhum aspecto, até mesmo as minhas maiores vontades desaparecem após algum tempo, mas levam um pouco de mim com ela e deixa o rastro e os cacos do que quebrou espalhados pela casa e pela minha alma. Fica só aquela sensação de que está tudo uma bagunça e tento me organizar em vão. Arrumo a estante e tento colocar as coisas em ordem, de repente colocar os livros em ordem alfabética, mas não, não ficou nada bom e nem vai ficar. Aqui dentro continua uma bagunça. A quietude passa e quando eu menos espero, sem que eu possa pegar ar antes mergulho de cabeça. E vem o misto de prazer e desespero, uma vontade de sair e ao mesmo tempo de ficar. Uma indecisão eterna que sou eu e sem a qual não sei viver.

Eu só estou tentando colocar minha vida nos eixos, arrumando a pilha de cds na estante. Acreditando que de alguma forma isso vá fazer com que eu ignore a bagunça que está dentro de mim.

22.4.08

Bovary, c'est moi!

Preciso assistir mais filmes, eu poderia tirar férias e passar dias inteiros só assistindo filmes, um atrás do outro. Existem tantos que gostaria de assistir, tantos que eu deveria, mas nunca ouvi falar e eu fico aqui numa mistura de ressaca e gripe, tentando me organizar e começar a estudar para todos os seminários e provas que tenho semana que vem.
Será que vai existir um dia onde finalmente eu vou aprender a parar de procastinar e fazer o que eu tenho que fazer?


Preciso ler mais livros também, mas pra isso precisava de dinheiro e tá aí uma coisa que nunca tenho. Até agora a faculdade tem consumido meu tempo com leitura de livros sobre estudos da língua que não deixam de ser interessantes, mas convenhamos que eu preferia ler Kafka. Num recente sorteio para um seminário, eu tive a sorte ou talvez azar de tirar o livro que li nessa mesma época ano passado: Madame Bovary. Acho que no atual momento em que me encontro, ler sobre a Emma Bovary será um pouco angustiante. É que eu, assim como Flaubert e tantas outras pessoas, acho que tenho muito da Bovary em mim. Isso de estar sempre lendo romances e buscando sempre ser quem não era, chocando uma sociedade ainda tão antiquada a ponto de não perceber o quão normal Bovary era com seus desejos e anseios. Eu a entendo tanto, que chego a me angustiar quando ela deixa que as emoções aflore e assume os riscos de se ter uma vida paralela àquela que apresenta a sociedade. Acho que ali está uma mulher como muitas das que existem hoje em dia, que atribuem suas buscas incessantes em outros homens como uma tentativa de se manter viva e de sair da rotina que tanto lhe consome.

21.4.08

Alívio

Eu confesso que é um alívio ter saído desse inferno astral que estava a minha vida. Não sentia vontade de escrever porque só tinha episódios de bebedeira e tristeza. Mas agora tá tudo superado, tem shows bons vindo por aí. Tem muitos amigos indo, outros vindo. É a vida que continua independente da nossa vontade de poder parar no tempo e ficar reclusa em nossa dor. Tive que ir levando do jeito que dava, empurrando os dias com a barriga, sem dar ouvidos a tudo o que minha cabeça doentia dizia. E assim eu consegui, depois de muio auto-controle superar tudo aquilo que estava me fazendo mal. Me livrar de todas as pessoas e coisas que de algum jeito estavam me destruindo. Agora eu posso dizer com todas as letras que eu sou uma pessoa livre. Me libertei. Estou vivendo pra mim, pensando em mim, cuidando de mim sem me importar com quem quer que seja. E estou muito melhor assim.